terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quando a dó ultrapassa a linha da vergonha alheia?

Nem tudo que me dá dó me dá vergonha alheia. Mas quase tudo que me dá vergonha alheia costuma me dar dó. E como me portar num caso desses? O pior que se passa comigo sempre que eu me encontro neste tipo de situação é que eu fico querendo influenciar a vida das pessoas, com vontade de dizer "tá tudo errado, tudo um erro. Deixa de ser lesado(a) e faz direito, faz serviço de gente, pára de 'querer bancar' porque vc tá parecendo um pavão com penas pela metade, uma dançarina de conjunto de pagode tentando ser apresentadora infantil".

Mas vale a pena?
Não, não vale.

Vai me ajudar?
Não, não vai. No máximo aliviar um pouco minha consciência de um peso que ela não tem há tempos.

Vai ajudar a mais alguém?
Não, não vai. Ao menos não quem tenha cérebro de ervilha.


Então o que eu faço?
Resta-me assistir aos pés afundando na merda... as canelas, as coxas, a barriga, o torax, o pescoço, a cabeça. E depois, no máximo (e olhe lá) me lamentar.

Daí eu me pergunto: eu sou orgulhoso? Eu me omito?
Não. Eu sou orgulhoso sim, mas não em casos como esse. Em casos como esse eu sou é COMPLACENTE, e demasiadamente CRENTE. Mas fazer o quê? Sou fadado a acreditar no patinho feio. Minha tendência é achar que a corda mais curta é mais resistente.

Mas pelo menos no final não sou eu quem quebra a cara...

*** UPDATE: De ervilha o cérebro passa a grão-de-areia.

Dê-me um "querido diário", uns episódios de novela mexicana, uma faca e uma cebola, e eu prometo que faço melhor.
Mas não, obrigado.

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