Pauta 1 - sonhos que se repetem
Desde criança eu tenho alguns sonhos dos quais facilmente me esqueço. Acordo, vivo a minha vida, e esqueço dos sonhos. E eis que ANOS depois eu volto a ter o mesmo sonho, ou uma continuação dele, ou um prequel dele, sem sequer lembrar do sonho no dia-a-dia.
"está armazenado na memória inconsciente, claro..."
Ok, de fato deve estar. Mas o duro é que não é "um sonho parecido", ou "só com os mesmos personagens". É O MESMO SONHO, com os mesmos acontecimentos vistos exatamente do mesmo ponto de vista, mesmo ângulo, mesma imagem.
Enfim... é um replay. Acho que é informação demais pro meu inconsciente guardar, não é não?
A mesma coisa me aconteceu hoje. Normalmente, era sempre um sonho (bem ruim, por sinal) que eu tenho desde a infância. Cheguei a passar 10 anos sem tê-lo e voltei a ter depois, lá pelos 18, 20 anos de idade.
Mas o de hoje não. O de hoje eu tive "pela primeira vez" recentemente. E ele não é ruim, ele é estranho apenas. Desse eu não me lembro bem (do outro sim), mas só lembro que ele é estranho e que alguém no sonho me observa e julga de maneira verdadeiramente assustadora. Ele se repetiu também, igualmente no mesmo formato. Foi interrompido pelo meu alarme que tocou na hora errada. Na hora BEM errada, diga-se de passagem, porque eu não dormi nada de ontem pra hoje! grrr!
Pauta 2 - intensidade
Se, dormindo, eu sou esse ser estranho, acordado eu sou um ser normal. Extremamente normal. Demasiadamente normal, até. Ontem um dos temas de uma conversa (das mais agradáveis que eu já tive nos últimos anos. Mas sou suspeito a dizer isso) foi a diferente intensidade das pessoas. Eu vivo muitas coisas intensamente. Vivo amores intensamente, vivo sensações intensamente (música, cinema, sentidos em geral, etc). Mas não mostro intensidade nas minhas reações.
Raramente explodo (mas acontece).
Raramente choro (mas acontece).
raramente surto (mas acontece).
Tudo bem que hoje existe uma certa banalização dessa "intensidade" da qual eu falo. Emoções, para muitos, tornaram-se sensações vazias, bestas e, pior, CORRIQUEIRAS. Mas na outra ponta do barco, encontro-me eu e esta ausência de intensidade.
Por um lado é bom, porque nos momentos em que a explosão ou o choro ou o surto aparecem na minha vida, eles surgem "mesmo" e tudo é real. Mas sim... recentemente tenho entrado em contato com "emoções e sensações" que estão me fazendo voltar a ser o que eu fui um dia...
... alguém que não só interna mas também externa intensidade.
3 comentários:
Nossa! Que profundo e lindo isso tudo, Rics.
Gostei do seu blog.
se tem uma coisa q eu aprendi eh a descobrir o q eu quero me dizer com os meus sonhos...
sonhos podem ser justamente a "exteriorização" dessas sensações...
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