domingo, 2 de maio de 2010

Sobre pai e mãe.

Há aproximadamente 34 anos atrás, meus pais participaram de um maravilhoso erro, que possibilitou a existência deste que vos escreve e de momentos mágicos vividos por eles e pela minha família.


Hoje, tudo o que eu queria era não tomar partido neste erro, menos ainda me sentir responsável por qualquer dano que ele venha a causar futuramente. Mas parece que isso é querer demais. Hoje, ainda sou obrigado a dar estranhas cabeças por conta deste erro.

E se é querer demais que um erro de 34 anos atrás não surta efeito na minha vida hoje, imagina o que seria querer que os erros que eu mesmo cometo ultimamente não me causem problemas? Um ultraje! É ÓBVIO que eles vão me causar. Até porque, como eu disse hoje pela manhã em uma conversa, "meus traços físicos e psicológicos são do meu pai. Meus traços comportamentais são da minha mãe".

Hoje eu me vejo, novamente, à sombra de um risco da minha vida mudar significativamente (mais do que já tem mudado) nos próximos meses. E se eu não consigo me manter alheio a danos de um erro cometido há 34 anos, como vou conseguir me manter alheio aos danos que posso causar a mim mesmo hoje?

Não vou. Eu sou mesmo uma repetição do que foram meus pais. Mas o que me consola é que sou uma repetição nos acertos e nos erros. Com a frieza do meu pai, eu sei que no final das contas eu vou olhar para o panorama torná-lo menos negativo do que ele venha a ser. Com o otimismo da minha mãe, eu vou passar então a rir dele e seguir minha vida, como se nada tivesse acontecido ou estivesse acontecendo.

*** Update:
Eu ando tão negativo neste blog, não é? Não que eu só tenha miséria para contar, mas é que somente para elas eu preciso de uma válvula de escape. Para as glórias não. Assim como eu vejo que meus pais (e uma supreendentemente maioral parcela da população que nasceu entre os anos 50 e 60) têm sérios, SÉRIOS problemas mal resolvidos, eu considero parte do meu raciocínio diferenciado como fruto desta maravilha que foi o amor na sociedade dos anos 70 e 80... um brinde a isso, pessoas.

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