sábado, 8 de maio de 2010

Quem diria que numa mesma semana em 2010 eu iria ao cinema assistir a Alice No País das Maravilhas e A Hora do Pesadelo?


Depois de assistir ao remake de Sexta-Feira 13 (no Shopping Eldorado, na sessão de 0h, dia de estreia, lembro-me bem), eu saí vibrando da sala do cinema. Vibrando porque eu voltei a sentir uma sensação que eu havia sentido tantas vezes quando mais novo, ao acompanhar os filmes antigos da série. Quem me conhece, sabe o quanto eu gosto dessas coisas.

Pois bem, eu acabei de sair do mesmo Shopping Eldorado, também na sexta-feira de estreia (um pouco mais cedo, apenas), após assistir à Hora do Pesadelo. E gostei muito do filme, mas minha vibração simplesmente não é a mesma.

(Quem não quiser nenhum semi-spoiler do filme, fique por aqui!)

O Freddy das décadas de 80 e 90 era um misto de irônico e sádico. Fazia suas vítimas normalmente de umas formas tão lúdicas e surreais quanto cruéis. O Freddy de 2010 é um serial killer; bruto, violento e confrontante. O de antes matava gente transformando em barata, enfiando na TV, brincando de marionete. O de 2010 atravessa o corpo, basicamente, cada hora numa direção diferente, só pra variar um pouco.

Por outro lado, o da década de 80 dava motivo para piadas. Muita gente ri dos filmes até hoje e, em alguns pontos, com razão. O Freddy de agora é levado um pouco mais a sério. O de antes era um monstro caricato e imaginativo. O de agora é um assassino deformado meio chichê. O de antes dava muita gargalhada. O de agora diz frases excepcionais (not!) como "why are you screaming? I haven't even cut you yet".

No novo filme, sobraram sustos montados em cima de som. Faltou clima. Sobraram momentos de gato-e-rato. Faltaram cenas com referências tão comuns aos sonhos (com exceção do corredor de sangue. Esta sim é uma cena digna de filme do Freddy). Ainda assim, é um bom filme. Traz um novo gás (põe gás nisso) ao personagem diante das novas gerações, e deixa o saudosismo pelo velho personagem pairando no ar diante dos nascidos em 80.

Parecer geral: Foi ótimo rever Freddy, bruto e assustador como nunca. Mas deu saudade do personagem que matava em video-game, pulando de pára-quedas, dentro de um cartoon...

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