quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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"Impulso? Eu?" é o nome né?

Bom, então não posso deixar de escrever isso agora mesmo. Estou tendo umas das manhãs mais "impulsivas" dos últimos anos. Tive uma briga estúpida, absurda, violenta e desgastante em casa com a minha mãe, que com o passar do tempo vem ganhando sinais da idade que acentuam alguns defeitos que me irritam nela.

E isso é horrível, é uma pessoa que eu amo, mas uma pessoa com quem eu não consigo mais viver. Ficar em casa está me destruindo, essa é a verdade. Por mais que sair de casa fosse algo que me faria mudar a rotina e bater de cara com uma série de dificuldades, eu não to mais conseguindo lidar com essa vida em casa. Ou melhor: essa FALTA DE VIDA. Sim, porque... a minha vida "acontece" somente fora de casa. Ou no trabalho, ou na rua, ou na noite. Mas em casa, nada acontece. E viver num lugar onde nada te impulsiona, nada te desenvolve, é degradante.

Eu sei que por conta de um cartão de Vale Refeição e um saco de lixo eu estava gritando e tirando o carro da minha irmã da frente do meu com um ódio que eu há muito tempo não sentia. As razões são bestas, eu sei. Mas são 4 ou 5 "cartões de VR e sacos de lixo" por dia, ali, martelando a minha sanidade, martelando o meu bem estar e o meu equilíbrio. E tudo fica mais difícil.

Eu sei que quando eu vi, minha mãe (num ato bem estúpido) havia enfiado o braço dela com força na frente da porta (estando ao lado dela). E eu passei com raiva direto, e prensei o braço, numa espécie de efeito "gangorra". Não foi forte, não foi nada que teria machucado em mim. Mas numa mulher de 53 anos com certeza é diferente. Me deu uma angústia terrível no momento, pelo que aconteceu. Mas eu logo vi que tava tudo bem. E logo voltei com a raiva no lugar da angústia.

As coisas nunca podem chegar a este ponto.
Só o que eu consegui dizer durante aqueles segundos foi: "não tá dando mais...". Mas acho que é suficiente, deu pra entender a mensagem.

Em tempo: entender não é necessariamente aceitar, já que se depender da minha mãe eu morro morando com ela (e ela não me incentivaria em momento algum a sair. Pelo contrário, acho até que dificultaria, dependendo).

Entrei no carro. Coincidentemente, estava o meu CD "Seleção 2" de mp3s. Eu o chamo de "CD emoções", rsrsrs. Não porque são músicas depressivas (até porque não são todas depressivas, muito pelo contrario, algumas são alegres). Mas porque são todas emocionantes, ao menos pra mim. Todas são músicas que me fazem sentir algo (e são essas as que eu gosto de ouvir nesses momentos... quem só ouve depressivo é emo. rsrsrsrs).

Tava tocando "The Life and Death of Mr. Badmouth" e aquilo me fez sentir mal, eu dirigia perigosamente (mesmo) até tomar vergonha na cara e notar que aquilo não refrescaria em nada. Nada de pressa, nada de ultrapassagens.

Quatro minutos depois, como que em mais uma coincidência divina, toca a próxima música, que era "Home", da Sheryl Crow. E caiu a lágrima.

Nos aproximos 40 minutos que eu levei pra chegar no trabalho eu decidi me mudar de casa, custe o que custar. E logo depois, decidi que não vou conseguir isso, porque sou um incapaz que comprou um carro em inúmeras parcelas há 1 ano e meio e que não vê possibilidades de conseguir bancar um apto, mesmo que dividindo com alguém, por enquanto.

Faz mais ou menos 1h que eu cheguei e, agora, o pensamento já é diferente. Estou me decidindo, neste exato momento, a mexer os meus pauzinhos pra sair de casa. REALMENTE. Se eu conseguirei ou não eu não sei, não dá pra saber. Mas ficar parado é que não dá. Não estando desse jeito, me degradando assim, desgastando os familiares que eu amo. Só o que me irrita é eles não enxergarem o quanto isso será positivo (tanto p/ mim como p/ eles) e também o fato de, por conta disso, eu ter a certeza de que não terei apoio deles. Mas enfim... Se não for pelo easy way, será pelo hard way.

Paciência.

O que me conforta nessa vida é saber que a minha mente entra em colapso mas somente a muito custo. E que eu estou consciente (por mais que eu passe pelos perrengues todos que passei, por mais que eu lide com situações de todo tipo e gente de todo escrúpulo e nível) de que eu to no rumo certo pra minha satisfação. Não plena, porque satisfação plena não existe, mas pra minha satisfação suficiente.

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